A preocupação com a educação formal e a elevação da escolaridade da população negra no Brasil sempre esteve entre as principais demandas acionadas pelos movimentos negros, desde pelo menos a Frente Negra Brasileira. Projetos de alfabetização e orientação para a qualificação técnica e aquisição de conhecimento estão entre as atividades e proposições, seja entre os Frentegrinos, os militantes do Teatro Experimental do Negro, ou a luta por cotas raciais no chamado Movimento Negro Contemporâneo, com os Pré-Vestibulares para Negros e Carentes (PINTO, 1993; PEREIRA, 2008; RIOS, 2014). Durante décadas assistimos à melhoria paulatina dos indicadores educacionais da população brasileira, mas sempre com forte persistência das desigualdades regionais e raciais. Se por um lado, a desigualdade regional é um fator que contribui para explicar o acesso tardio dos negros ao sistema educacional, há muitos estudos que apontam para os problemas de discriminação no sistema escolar. Falar de políticas de educação para população negra, portanto, é falar de como a história fez ou não justiça a este clamor secular que é preenchido de embates e negociações com poderes constituídos e uma multiplicidade de atores entre militantes, professores e estudantes que pressionaram pela ampliação do direito à educação aos mais pobres e à população negra. Repassando as políticas de igualdade racial nos doze anos de governo do Partido dos Trabalhadores (2003-2014), houve avanços importantes ao mesmo tempo que alguns desafios se mantiveram.
Publikationen der Stiftung → Educação e políticas de promoção da igualdade racial no Brasil de 2003 a 2014
Publikationen der Stiftung → Educação e políticas de promoção da igualdade racial no Brasil de 2003 a 2014