O retorno às políticas de austeridade e às reformas neoliberais no pós-pandemia acabará por desmantelar o pacto social brasileiro e inviabilizar um modelo de desenvolvimento inclusivo e sustentável. Não é difícil perceber que todas as medidas adotadas durante a crise do coronavírus dependem de instituições e instrumentos ameaçados pelas reformas estruturais em curso. Mas, em vez de fortalecê-los, o governo federal mostra que pretende aprofundar sua destruição. Como seria possível enfrentar uma nova pandemia sem o SUS? Como seria enfrentar uma crise econômica sem, por exemplo, o BNDES, a Caixa Econômica Federal, o Cadastro Único ou a rede do Sistema Único de Assistência Social? No Brasil, o frágil consenso quanto à flexibilização das regras fiscais a Regra de Ouro, dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos não se manterá no pós-pandemia. Alguns economistas e parlamentares defendem a retomada da política de austeridade, com os cortes de gastos sociais e redução do Estado de Bem-Estar Social, no pós-pandemia. Conforme apresentado anteriormente, essa lógica está explícita na mensagem do PLDO 2021 de retomada da austeridade para os anos de 2021 a 2023, tendo o Teto de Gastos como principal âncora fiscal.
Publikationen der Stiftung → Os desafios da pandemia em meio ao desmonte neoliberal no país
Publikationen der Stiftung → Os desafios da pandemia em meio ao desmonte neoliberal no país